sábado, 12 de janeiro de 2008

LINGUAGEM VISUAL UMA LEITURA SEM PALAVRAS




Resumo


Este artigo tem como objetivo discutir a utilização das imagens quanto a produção de significados, enquanto a signos visuais. O conhecimento das informações isoladas é insuficiente. Conceber um sistema de imagens ou objetos, cujo os objetos possam existir fora da linguagem, parece cada vez mais difícil.

Palavras Chaves – Leitura, Linguagem e Conhecimento

Abstract

This article does have as objective discuss the application of the images as for crop as of meanings, while the one visual signs. The knowledge of the information insulates is insufficient. Conceive a system as of imaging or object, whose the object may be there exist outside the language, it looks further and further difficult.

Key Words – Reading, language and knowledge

Introdução

Antes mesmo de aprender a ler, formalmente, já éramos leitores. A leitura é a capacidade de compreensão de mensagens as mais diversas.
Pode-se ler o que nos cerca, representados por sinais percebidos no objeto. Esses sinais podem ser as cores, os sons, as formas, os movimentos e a organização. Ler, por exemplo, as fisionaomias das pessoas, os fenômenos da natureza, os gestos e as reações, enfim o mundo.

Ler as letras de uma página é apenas um dos muitos difarces da leitura. O Astrônomo lendo um mapa de estrelas que não existem mais; o arquiteto japonês lendo a terra sobre a qual será erguida uma casa, de modo a protegê-la das forças malignas; o zoólogo lendo os rastros de animais na floresta; o jogador lendo os gestos do parceiro antes de jogar a carta vencedora; o pescador havaiano lendo as correntes do oceano ao mergulhar a mão na águ; o agricultor lendo o tempo no céu – todos eles compartilham com os leitores de livros a arte de decifrar e traduzir signos.
(Alberto Manguel, no livro Uma história da Leitura)

Signo é sinal, símbolo. Deve-se referir a alguma coisa.
Quando se fala em signo lingüístico, está se referindo a uma representação da realidade por meio da palavra. A palavra é a criação humana. A palavra e objeto se confundem como uma coisa só, mas como realidades diferentes em que uma (a palavra) representa a outra (o objeto).
Veja, a palavra cadeira não é a cadeira (você não senta na palavra cadeira), mas quando se diz ou se lê, imediatamente vêm a idéia da imagem da cadeira. O objeto mencionado não precisa estar presente, mas o simples fato de pronunciar, é suficiente para que sua imagem venha à mente.
Para isso há um significado (o conceito do objeto) e um significante ( os sinais gráficos e sonoros que representam o objeto), formando uma linguagem. Um conjunto de estímulos (sinais) visuais como cores, materiais, etc. e o modo como eles se organizam. Assim, determinada organização dos elementos permite certa leitura da imagem e se organizar de modo diferente essas imagen, abrir-se-á outras formas de leitura.

O Princípio do Conhecimento através da Linguagem

Todas as pessoas são capazes de ler as imagens, de ler, enfim o mundo em que vivem. Mas existe o grau de leitura, não pode-se dizer que um analfabeto não tenha condição de fazê-lo.
As linguagens criadas pelo homem representam esse mundo. Não são o mundo. A linguagem verbal é seu exemplo mais complexo e completo. A palavra não é objeto, mas o elemento que o representa.

O conhecimento do mundo como mundo é necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital. É o problema universal de todo cidadãodo novo milênio: como ter acesso às informações sobreo mundo e como ter a possibilidade de articulá-las e organizá-las? Como perceber e conceber o Contexto, o Global (a relação todo/partes), o multidimensional, o Complexo? Para articular e organizar os conhecimentos e assim reconhecer e conhecer os problemas do mundo, é necessária a reforma do pensamento.
(Morin, Edgar - Os sete saberes necessários à educação do futuro – pg 35)

Para Morin é necessário fazer uma reforma do pensamento para obter uma organização do conhecimento. Assim pode se dizer, as diversas linguagens, os diversos códigos, se misturam, se cruzam, se sobrepõem. As linguagens e códigos advindos das mais diversas fontes: livros, jornais e revistas, rádios, televisão, sistemas computadorizados, slogans, outdoors, sinais de trânsito, desenho animados, cinema, teatro, etc. mostram que um discurso não existe isoladamente.
Essas linguagens são formadas por sinais criados pelo homem para representar seu universo interior e exterior, e com a consciência de que existem outros homens que poderão compreender e fornecer uma resposta, a respeito dos significados transmitidos.

O conhecimento das informações ou dos dados isolados é insuficiente. É precisosituar as informações e os dados em seu contexto para que adquiram sentido. Para ter sentido, a palavra necessita do texto, que é o próprio contexto, e o texto necessita do contexto no qual se enuncia.
(Morin, Edgar - Os sete saberes necessários à educação do futuro – pg 35)

Ao longo do tempo, o homem acumulou conhecimentos, que registrou e criou linguagens diversas para transmiti-los. Assim, assumiu que poderia expressar-se por meio do corpo e criou a linguagem da dança e do teatro; percebeu que poderia expressar-se por meio dos sons e criou a palavra falada e a música; percebeu que poderia expressar por meio das formas e criou o desenho, a escultura, a escrita; percebeu que poderia expressar-se por meio da lógica e criou o cáculo, os sistemas filosóficos e matemáticos.
Mas essa lista não tem fim. Ela se desdobra, pois há linguagens dentro de cada linguagem, criações exigidas por mudanças histórico-culturais ou resultantes de novos conhecimentos tecnológicos. Formando uma linguagem visual, sem palavras, mas formada por signos reais.
Tendo em vista as diferentes representações visuais do real, é possível identificar três tipos e signos:
O ícone que representa relação semelhança, como a fotografia;
O índice que mantém uma relação natural com o referente, por exemplo uma nuvem negra no céu indicando chuva;
O símbolo que fundamenta-se numa convenção social e mantém uma relação instituida com o referente, como a pomba e a bandeira branca que representam a paz.
É possível educar e ensinar quanto a maneira de “ver”, de se ler e de se analisar um texto imagético, tornando um espectador mais crítico.
Gostar de uma coisa é sem dúvida uma opção. Mas gostos podem e devem ser discutidos, repensados e, consequentemente, modificados. E utilizando de um dito popular: “uma imagem diz mais que mil palavras”. Deve-se, então, selecionar.
Para essa seleção pode-se usar o termo alfabetização visual, que vem contemplar as práticas de aprendizagem da convenção para a leitura de imagens, enquadramento, distância, ângulo, corte, cor, textura, etc. em muitos casos, a ilustração ultrapassa o texto, atrapalha o texto ou, mesmo nada lhe acrescenta.
Faz-se como mero indicador de modernidade sem lidar com as possibilidades de sensibilização para leituras de mundo.

Trata-se de entender o pensamento que separa e que reduz, no lugar do pensamento que distingue e une. Não se trata de abandonar o conhecimento das partes pelo conhecimento das totalidades, nem de análise pela síntese; é preciso conjugá-las. Existem desafios da complexidade com os quais os desenvolvimentos próprios de nossa era planetária nos confrontam inelutavelmente.
(Morin, Edgar - Os sete saberes necessários à educação do futuro – pg 46)

O homem sempre se questionou a respeito de sua existência, da formação do universo, dos mecanismos que regem os fenômenos naturais, da expressão e do funcionamento do pensamento, enfim, a respeito de tudo que o cerca e que aguça sua curiosidade. Essa necessidade de explicação fez com que o homem procura-se outra necessidade: a de registrar resposta. E é pela linguagem que o homem materializa seu discurso, podendo, assim expressar essas respostas ou manifestações a respeito delas.
O homem ao buscar esse conhecimento vêm se transformando e incorporando outros conteúdos de aprendizagem, além da língua padrão escrita. As atividades de oralidade, de leitura de imagens, entre outras estratégias de produção de sentidos.
Sabe-se que os modos de recepção textual de acordo com o desenvolvimento das tecnologias, das mudanças sociais, culturais e políticas, a palavra escrita está perdendo a sua prioridade, pois as imagens vêm tomando conta, principalmente em centros urbanos, onde o homem é nascido e criado sob a proteção da TV, dos jogos eletrônicos e do computador. Isso deve ser trabalhado para desenvolver a sensibilidade adormecida quanto ao ato da leitura.



Conclusão

Através do estudo da imagem pode-se concluir que a linguagem não verbal pode ser aprendida naturalmente pelas pessoas e como a criação humana tem como objetivo a comunicação, não existe sentido em criar uma linguagem que não sirva para a comunicação e a interação entre as pessoas. E, assim deve fazer parte das reflexões sobre os processos de construção de conhecimento.


Referências Bibliográficas


Cardoso, Joel. Cinema e Literatura: Interação entre as diversas artes. Espaço científico –
Revista do Instituto de Ensino Superior de Santarém – 2003 – vol. 4 – páginas 23 a 26.

Cavallete, Floriana T.; Nicola, José De; Terra, Ernani. Português para o ensino médio:
língua, literatura e produção de textos. 1ª ed. São Paulo: Editora Scipione, 2002, vol. único.

Morin, Edgar. Os setes seberes necessários à educação do futuro. 8ª ed., São Paulo: Cortez,
2003.

sábado, 1 de dezembro de 2007

O nascimento

A criação desse blog pode ser comparada ao nascimento, embora tenha sido iniciado como exigência para a minha pós-graduação, pois é o início de uma nova etapa.É um novo espaço para encontrar meus amigos.